domingo, 24 de setembro de 2017

Miguel Servet:

Nome completo: Miguel Servet
Nascimento: 29/09/1511
Apelido dado pela família; Revés
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Morte: 27/10/1553 (42 anos)
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Servet estudou línguas como latimgrego e hebraico sob a instrução de frades dominicanos.Com quinze anos, Servet passou a ser ajudante de um frade franciscano chamado Juan de Quintana. Servet leu a Bíblia inteira em suas línguas originais a partir dos manuscritos disponíveis naquele momento. Servet mais tarde estudou direito na Universidade de Toulouse, em 1526.

Em 1528, Servet percorreu a Alemanha e a Itália com Quintana, que era então confessor na comitiva imperial de [Carlos I de Espanha. Em outubro de 1530 ele visitou Johannes Oekolampad em Basileia, permanecendo lá por cerca de dez meses. Nesta altura, ele já estava espalhando suas crenças. Em maio de 1531, ele conheceu os reformadores Martin Bucer e Capito Fabricius em Estrasburgo.

Na adolescência, Servet passou a ser ajudante de Juan de Quintana, conselheiro espiritual do imperador espanhol Carlos V. Em suas viagens oficiais, Servet pôde ver as principais divisões religiosas da Espanha. Judeus e muçulmanos tinham sido exilados desse país ou forçados a se converter ao catolicismo.*
Aos 16 anos, Servet foi estudar Direito na Universidade de Toulouse, França. Foi ali que viu uma Bíblia completa pela primeira vez. Embora fosse terminantemente proibido ler a Bíblia, Servet leu-a escondido. Após terminar a primeira leitura, jurou ler a Bíblia outras “mil vezes”. A Bíblia que Servet estudou em Toulouse provavelmente foi a Poliglota Complutense, uma versão que lhe permitiu ler as Escrituras nos idiomas originais (hebraico e grego) junto com a tradução em latim.* O estudo da Bíblia e a decadência moral que ele havia visto entre os clérigos espanhóis abalaram sua fé na religião católica.
Suas dúvidas aumentaram quando ele compareceu à coroação de Carlos V. O rei espanhol foi coroado imperador do Sacro Império Romano pelo Papa Clemente VII. O papa, sentado em seu trono portátil, recebeu o rei, que lhe beijou os pés. Servet escreveu mais tarde: “Vi com meus próprios olhos o papa sendo carregado nos ombros dos príncipes com toda a pompa, sendo adorado de joelhos pelas pessoas nas ruas.” Servet reconheceu que toda aquela pompa e extravagância não se harmonizavam com a simplicidade do Evangelho.

Miguel Servet não acreditava no dogma da trindade.

Servet era considerado um herege porque não acreditava no dogma da trindade, e no entanto,foi perseguido por Católicos e Protestantes. Servet escreveu um segundo livro Diálogos (1532) onde rejeitava o dogma da santíssima trindade. E por assim,tentava-se explicar o seu lado teológico.

 Em julho de 1531, Servet publicou De trinitatis erroribus ("Sobre os erros da trindade"). No ano seguinte ele publicou Dialogorum de Trinitate ( "Diálogos sobre a Trindade") e De Iustitia Regni Christi ("Na Justiça do Reino de Cristo"). Ele assumiu o pseudônimo de Michel de Villeneuve para evitar a perseguição por parte das autoridades eclesiásticas devido às suas obras religiosas. Estudou no Collège de Calvi em Paris em 1533. Após um tempo, Servet retornou a Paris para estudar medicina em 1536.

Os estudos sobre a Bíblia e a História levaram Servet à conclusão de que o cristianismo tinha se corrompido durante os três primeiros séculos da Era Comum. Ele deu-se conta de que Constantino e seus sucessores promoveram ensinos falsos que acabaram levando à adoção da Trindade como doutrina oficial. Aos 20 anos, Servet publicou o livro Os Erros da Trindade, obra que o transformou em um dos principais alvos da Inquisição.
Servet entendia as coisas de modo claro. Ele escreveu: “A Bíblia não faz menção da Trindade. . . . Não conhecemos a Deus pelos nossos orgulhosos conceitos filosóficos, mas sim por meio de Cristo.”* Ele também chegou à conclusão de que o espírito santo de Deus não é uma pessoa, mas a força de Deus em ação.

Servet causou certa reação favorável. O reformador protestante Sebastian Franck escreveu: “O espanhol Servet defende em seu tratado que há apenas uma pessoa em Deus. A igreja romana sustenta que há três em um só ser. Prefiro dar razão ao espanhol.” No entanto, a Igreja Católica Romana e as igrejas protestantes nunca perdoaram Servet por desafiar sua doutrina principal.
O estudo da Bíblia também levou Servet a rejeitar outras doutrinas religiosas, e ele considerava antibíblico o uso de imagens. Assim, um ano e meio após publicar o livro Os Erros da Trindade, Servet disse a respeito de católicos e protestantes: “Não apóio nem um nem outro, mas também não discordo de tudo que ensinam. Porque todos têm um pouco de verdade e um pouco de erro, mas todos vêem os erros dos outros e ninguém vê os seus próprios erros.” Ele estava sozinho na busca pela verdade.*
Para Calvino, que escreveu o resumo de sua doutrina em Institutas da Religião Cristã, o mais recente livro de Servet foi um ataque as doutrinas bíblicas. Calvino enviou uma cópia do seu próprio livro como resposta. Servet prontamente devolveu, cuidadosamente anotando observações críticas. Servet escreveu a Calvino "eu não te odeio, nem te desprezo, nem quero vos perseguir, mas eu gostaria de ser tão duro como o ferro, quando eis que insultaste a doutrina com som e audácia tão grande." Suas correspondências ficaram cada vez mais violentas até que Calvino parou de falar com Servet.Servet enviou diversas outras cartas, mas Calvino se recusou à respondê-las e considerou-as heréticas

Servet foi perseguido e queimado na estaca !

Em 16 de fevereiro 1553, Servet, então em Vienne, foi denunciado como um herege por Antoine Arneys, que estava morando em Lyon, que por sua vez soube das idéias de Servet graças à uma carta enviada pelo seu primo, Guillaume Trie, um comerciante rico e um grande amigo de Calvino.[10] O inquisidor francês Matthieu Ory, interrogou Servet e seu impressor sobre Christianismi Restitutio, mas eles negaram todas as acusações e foram liberados por falta de provas. Arneys escreveu sobre o ocorrido a Trie, exigindo provas. Em 26 de março de 1553, as cartas enviadas por Servet a Calvino e algumas páginas do manuscrito Christianismi Restitutio foram transmitidas à Lyon por Trie. Em 4 de abril, de 1553 Servet foi preso pelas autoridades eclesiásticas, e preso em Vienne. Ele escapou da prisão três dias depois. Em 17 de junho, mesmo ausente, ele foi condenado por heresia pela Inquisição francesa, e seus livros foram queimados.


Calvino acreditava que Servet mereceu ser morto por causa do que ele denominou como "blasfêmias execráveis."

Ami Perrin consultou sobre a questão de Servet, outras cidades (Berna, Basel e Schaffhausen) afim de que estas dessem uma pena mais branda,recebendo então resposta favorável a execução de Servet. Outros Reformadores, como Melanchton,sucessor de Martinho Lutero,bem como reformadores de locais como ZuriqueBernaBasel e Schaffhausen, todos concordaram universalmente com sua execução,mostrando-se favoráveis ao posicionamento de Calvino.Em 24 de outubro Servet foi condenado à morte na fogueira por negar a Trindade e o batismo infantil. Calvino sugeriu que Servet fosse executado por decapitação, em vez de fogo, mas seu pedido não foi atendido (como fora postulado dantes, o reformador estava travando um conflito de ideias contra os libertinos aos quais estavam em grande maioria no Conselho da cidade, por isto a negativa de uma execução mais branda para Servet).Em 27 de outubro de 1553 a pena foi aplicada nos arredores de Genebra com o que se acreditava ser a última cópia de seu livro acorrentado a perna de Servet.
Servet e Calvino provavelmente se conheceram em Paris quando eram jovens. Suas personalidades se chocaram desde o início, e Calvino tornou-se o inimigo mais implacável de Servet. Embora Calvino fosse um dos líderes da Reforma, acabou denunciando Servet à Inquisição católica. Servet escapou por pouco da França, onde, em seu lugar, queimaram um boneco que o representava. No entanto, ele foi reconhecido e preso em Genebra, onde a palavra de Calvino era lei.
Calvino ordenou um tratamento cruel a Servet na prisão. Entretanto, em seu debate com Calvino durante o julgamento, Servet disse que mudaria seus conceitos se seu oponente usasse argumentos bíblicos convincentes. Calvino não conseguiu fazer isso. Após o julgamento, Servet foi condenado a morrer queimado na estaca. Alguns historiadores afirmam que ele foi o único dissidente religioso que foi queimado vivo pelos protestantes e cujo boneco foi queimado pelos católicos.
Miguel Servet  morreu enquanto rezava por seus algozes. Servet recusou-se a pedir desculpas até o último minuto de sua tortura.As últimas palavras dita por Miguel Server:  "Ó Jesus, filho do Eterno Deus, tem compaixão de mim!".

Calvino eliminou seu inimigo, mas perdeu sua influência. A execução injusta de Servet revoltou pessoas inteligentes em toda a Europa e foi um poderoso argumento para os defensores da liberdade civil. Eles insistiam em que ninguém devia ser morto por causa de crenças religiosas e ficaram ainda mais determinados a continuar a lutar pela liberdade religiosa.
O poeta italiano Camillo Renato protestou: “Nem Deus nem seu espírito orientaram essa decisão. Cristo não tratou desse modo os que o negaram.” E o humanista francês Sébastien Chateillon escreveu: “Matar um homem não significa proteger uma doutrina, significa matar um homem.” O próprio Servet tinha dito: “Considero um assunto sério matar pessoas por crermos que estão erradas em alguma questão de interpretação bíblica quando sabemos que até mesmo os escolhidos podem se equivocar.”

fontes: https://wol.jw.org/pt/wol/d/r5/lp-t/102006167,https://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Servet
Não tenho intenção de ofender,nem de passar mal visão de qualquer instituições ou pessoas citadas,mas sim divulgar informações.Qualquer dúvida é só comentar.Obrigado.